Numa síntese entre o passado e o presente da vida judiciária, a autora partilha as memórias de um percurso iniciado em 1974 e findo como Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, o que a conduz a reflectir sobre a lentidão do sistema de administração de justiça e as suas causas, a eleger a análise da prova, sobretudo testemunhal, como a derradeira das tarefas do juiz, a atentar na mediatização da justiça e nas suas consequências e a concluir que a vida dos magistrados é hoje mais difícil. Segundo a autora, essa maior dificuldade provém de um estado de crescente desconfiança por tudo o que é institucional, da intensa pressão mediática e do predomínio das vertentes económica e financeira na vida colectiva hodierna.