Para um provedor do juiz

«Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.»

Jorge de Sena, Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya

 

 

Resumo: o autor analisa a possibilidade de criação, no âmbito da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, da figura do Provedor do Juiz, que desempenharia funções análogas às do Provedor de Justiça nas relações entre os juízes, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, o Conselho Superior da Magistratura, os Juízes Presidentes e outras entidades, concluindo pela utilidade da sua criação.

 

Palavras-chave: Provedor de Justiça/Ombudsman; Associação Sindical dos Juízes Portugueses; Provedores sectoriais; Provedor do Juiz.