Através de uma incursão histórica nos modelos de juiz emergentes, assiste-se hoje a uma mudança significativa do modo de ser do juiz e da jurisdição. Das inovações de cariz constitucional estabelecidas num sistema de garantias, de que não se abdica, até à emergência de novas questões, onde os conflitos de transcendência frequentemente política conferem conotações à própria decisão assiste-se hoje a um caminho inevitável onde a cultura profissional dos juízes é posta à prova. Sendo cada vez mais difícil ser juiz, quer pela quantidade e qualidade de trabalho, que em muitos casos chega ao tribunal porque não funcionaram outras e prévias instituições, quer pelo questionamento da própria decisão, importa em momentos de crescimento democrático apostar no modelo constitucional de juiz onde a ideia de jurisdição como poder independente de dizer o direito se mantém inelutável.