O progresso resultante da investigação científica ao nível das “ciências da vida”, abre não só novos horizontes às liberdades individuais e às expectativas sociais, mas também renovadas perplexidades ao nível ético e do direito. A dificuldade está em encontrar uma “ética”, porquanto actualmente existem diversos paradigmas ou modelos epistemológicos de reflexão éticos, sendo mais ajustados falar-se em “éticas”.
O desafio é encontrar um postulado inter-cultural, religioso e ideológico, que possa, através de uma ideia de liberdade e de democracia, suportar uma convivência salutarmente ética, entre os diversos enfoques possíveis. Deste modo a função da bioética será encontrar uma ética que problematize as questões suscitadas pela biomedicina, enquanto o biodireito tenderá a dar-lhes as adequadas e necessárias respostas axiológico-normativas.